A primeira vez que li alguma coisa sobre o diretor George Lucas era o fato de ele (+ Steven Spielberg e Francis Ford Coppola), os três serem apontados como os "meninos prodígios" do novo cinema americano e realmente, confirmaram as maiores expectativas; pois bem, desse trio vi inicialmente este que posto, que no Brasil recebeu o nome de Loucuras de Verão, um tanto estranho. Tratava de uma noite na vida de adolescentes prestes a concluirem o ensino médio nos EUA, numa cidade interiorana chamada Modesto em 1962. Os ingredientes são os melhores possíveis: muito rock'n'roll, suficientes para gerarem 2 álbuns duplos como trilha sonora, namoros ingênuos, a busca pelo sexo, corridas de carros, os "pegas", gangs juvenis, danças e muitos sonhos, tudo isso embalado pelo som de um disc-jockey misterioso, ídolo da moçada, Wolfman Jack.Além disso, contou com um elenco que mais tarde se tornou estelar, senão vejamos, Richard Dreyfuss,Ron Howard, Charlie Martin-Smith, Paul Le Mat, Cindy Williams, Candy Clark, Mackenzie Phillips e numa ponta Harrison Ford. Um filme inesquecível que foi rodado em 1973 com duração de 110 minutos.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Mais do Mesmo
Tentei deixar o link do Nobody's Child - Romanian Angel Appeal (post anterior), mas parece que houve algumas medidas em nível mundial; simplesmente todos os downloads estiveram sem acesso. Paciência! Vamos aguardar. Enquanto isso, um vídeo do Velho George. Um beijo minha querida sobrinha Lara. Ela sabe o porquê.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Dez anos sem George Harrison
Praticamente tudo já foi escrito sobre Harrison; apenas vou dar minha opinião; enfim, o que me fez elegê-lo o beatle favorito: Sem dúvida alguma, ele era o melhor instrumentista, teve a guitarra como companheira inseparável, também era o mais equilibrado de todos, aquele que lidava super bem com a fama.Conseguiu preservar a sua vida pessoal, tanto quanto foi possível. Humilde, buscou trabalhar com outros músicos, mesmo antes de sair da banda. As causas humanitárias que abraçou são do (re) conhecimento do mundo. Bangladesh é a obra mais saliente, mas há vários outros eventos, dentre estes, o Romanian Angel Appeal, disco de 1990 que incluiu mais de uma dezena de astros, cujo objetivo buscado pela sua esposa, Olívia, era assistir as crianças romenas que ficaram desamparadas diante do massacre ocorrido naquele país sob a ditadura Nicolae Ceausescu (executado com a mulher em dezembro de 1989).
Abaixo, post um link, visto que o álbum ficou meio esquecido após 20 anos.
1 – Nobody’s Child – Traveling Wilburys
2 – Wonderful Remark – Van Morrison
3 – Medicine Man – Elton John
4 – This Week – Dave Stewart & The Spiritual Cowboys
5 – Homeward Bound – Paul Simon and George Harrison
6 – How Can You Mend a Broken Heart ? – Bee Gees
7 – Lovechild – Billy Idol
8 – Big Day Little Boat – Edie Brickell & New Bohemians
9 – Feeding Off The Love of The Land – Stevie Wonder
10 – That Kind of Woman – Eric Clapton
11 – Goodnight Little One – Ric Ocasek
12 – The Trembler – Duane Eddy
13 – Ain’t That Peculiar – Mike & The Mechanics
14 – Civil War – Guns N’ Roses
15 – With a Little Help From My Friends – Ringo Starr &
All Star Band***
*** Esta faixa não estava incluida no álbum original
*** Esta faixa não estava incluida no álbum original
Consciências Mortas - William A. Wellman
Ox-Bow Incident é o título original, filme de 1943 que traz uma história que extrapola qualquer outra neste gênero, isto é, um faroeste psicológico ou qualquer coisa que isso signifique. Tem como cenário uma cidadezinha no estado de Nevada, Ox-Bow, ano 1885, onde alguns moradores aproveitam a ausência temporária do xerife na cidade e sem maiores investigações deduzem que três vaqueiros são culpados pelo roubo e morte de um criador de gado residente na região. Resolvem partir para o linchamento e apesar da falta de provas ( o que se tem são boatos da morte) e as juras de inocência dos acusados, partem para a execução sumária. Escolhem o enforcamento. Apenas três pessoas resistem a esta arbitrariedade, provocando a ira da turba; o vaqueiro Gil Carter (Henry Fonda), Arthur Davies (Harry Davenport), comerciante e um pastor negro, Sparks(Leigh Whipper) que tivera um irmão linchado. A execução se consuma mesmo com as precárias provas, na verdade, tão somente uma loucura produzida pela histeria coletiva. No final, vê-se o erro absurdo cometido e o grande momento mostra Carter lendo carta deixada por um dos enforcados para a sua esposa, ficando evidente que a melhor justiça que se pode praticar é aquela em que se proporciona aos acusados o direito de defesa. O filme conta com grandes astros como Dana Andrews, Mary Beth Hughes, Jane Darwell e Anthony Quinn. 75 minutos, preto e branco.
domingo, 27 de novembro de 2011
Memórias de Adriano - Marguerite Yourcenar
Em busca de uma nova sugestão de leitura, vasculhei a minha biblioteca e bati os olhos neste "Memórias...", abri e vi o ano em que li; 1982. É incrível como passou tanto tempo. Tenho ainda gravadas várias passagens desta obra-prima, cujo o tempo de produção ocupou de 1924 até 1951, com inúmeras pesquisas e vários adiamentos ocasionados pela necessidade de novas buscas.
A autora, Marguerite Yourcenar tornou-se a primeira mulher eleita para a Academia Francesa de Letras no ano de 1980; acredito que esse fato tenha motivado a tradução deste livro para o Brasil, justamente nesta época. O livro com tradução de Martha Calderaro saiu pela Editora Nova Fronteira e contém 334 páginas.
Trata-se de uma biografia com aspectos ficcionais que emprestam a leitura uma fluidez agradável sem que a realidade seja descaracterizada. Nela, Adriano, o Imperador romano da linhagem dos Antoninos é mostrado como um governante culto, amante dos clássicos gregos e de grande influência sobre o seu povo. Há também relatos de sua vida pessoal, mas o que eu mais gostei nele foi a descrição do ambiente da época em todos os seus itens: politico, social, econômico e cultural em que ele viveu, 117 a 138 DC, portanto, Século II da Era Cristã. Para esta postagem resolvi colocar a capa do meu exemplar que é da 11ª edição produzida em 1982.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Cidadão Boilesen - Direção Chaim Litewski
A ditadura militar no Brasil foi arquitetada e praticada com a contribuição de boa parte da sociedade civil, alguns integrantes dela apenas aquiescendo com a derrocada da democracia, outros, mais diretamente, denunciando os que se rebelaram contra a arbitrariedade ou então, financiando os órgãos da repressão. Há muito ainda a ser revelado deste recente período da história de nosso país. Este filme mostra um pouco desse tipo de colaboração. O dinamarquês Henning A. Boilesen tornou-se o presidente da Ultragaz e apesar de ter patrocinado grandes avanços na sua área de atuação, tinha também o seu lado negativo; anticomunista de "carteirinha", se aproximou dos líderes da tortura como o famigerado Sérgio Fleury; ajudou a financiar as operações e tinha um fascínio sádico. Esse distúrbio ele satisfazia, assistindo as sessões onde se praticavam as sevícias contra os que lutaram pela volta da normalidade democrática. Ironicamente, em 1971 foi justiçado na mesma rua onde dois anos antes Marighela fora emboscado. O filme de Chaim Litewski não é apenas um belo documentário que recupera os fatos ocultos ou esquecidos, mas também é cinema de primeira linha. Possui 92 minutos e foi produzido em 2009.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Mas Não Se Mata(m) Cavalos? - Horace McCoy
Após ter postado o filme de Sydney Pollack, achei mais do que
justo também comentar algo sobre este grande livro que meu pai possuía e que li
com grande entusiasmo na adolescência. A tradução era de Érico Veríssimo que
preferiu utilizar no singular "Mas não se mata...", como as últimas
edições alteraram o título, resolvi deixar ambas as grafias. Foi lançado em
1935 com discreta aceitação pelo público.
Conta a história de Robert Syverten e Glória Beatty que juntando-se por
conveniência, participam de uma maratona de dança cuja dupla vencedora levará
um prêmio elevado dado o contexto dos árduos anos 30 na América. Uma leitura
imperdível. A edição da L&PM possui 150 páginas.
A Noite dos Desesperados - Direção Sydney Pollack - 1969
Como todos sabemos em 1929 a quebra da bolsa de valores de New York levou o mundo a bancarrota e evidentemente, a nação norte-americana viveu a derrocada sócio-econômica com mais intensidade. Um dos raros aspectos positivos da crise foi o de propiciar a literatura e ao cinema fazerem dobradinhas magníficas, produzindo obras densas de grande sensibilidade, clássicos como os de John Steinbeck e John Ford em Vinhas da Ira. Deste segmento, encontramos o livro de Horace McCoy, Mas não se matam Cavalos? e o filme homônimo que no Brasil recebeu o nome de A Noite dos Desesperados com direção de Sydney Pollack . A película teve 9 indicações para o Oscar, entre eles a de Jane Fonda, Gig Young, Red Buttons e Susanah York, além de direção. Há de salientar também, o desempenho de Michael Sarrazin, direção de arte, melhor roteiro adaptado e a trilha sonora.
Vamos a história: Durante a Grande Depressão dos anos 30 os norte-americanos se deslocaram principalmente para o Oeste em busca de sobrevivência (isso mesmo !!) e o cinema poderia ser a solução, enquanto aguardam por uma chance, Robert (Sarrazin) e Glória (Jane Fonda) unem-se numa maratona musical que poderá lhes render um vultoso prêmio. Vários casais dançam numa pista que mais parece um picadeiro de circo, competindo até que deles reste apenas um. São tipos desesperados, de várias origens que tem um único objetivo: o dinheiro do primeiro lugar. Um mestre de cerimônias conduz aquela arena para o delírio mórbido da multidão que se posiciona tal qual as turbas romanas no Coliseu. O filme é todo dramático, mas o ponto crucial é exatamente o final, quando os protagonistas chegam a conclusão que lhes resta muito pouco daquela vida miserável. Em pequenos papéis ainda aparecem Bruce Dern e Bonnie Bedellia. 120 minutos.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Ibiamoré - O Trem Fantasma - Roberto Bittencourt Martins
Há uns 15 anos vários especialistas em literatura do Sul resolveram elencar as 10 maiores obras produzidas por gaúchos; Ibiamoré ficou em segundo lugar, apenas atrás da trilogia O Tempo e O Vento de Érico Veríssimo. Li e reli muitas vezes, pois sempre encontro segredos, detalhes escondidos nas 11 estações (capítulos) desta história que na verdade são várias. (Elas) vão se imbricando, onde um personagem secundário ou quase imperceptível num capítulo, surge como protagonista no próximo e assim o autor vai tecendo um painel pampeano onde surgem índios, portugueses, mulatos, imigrantes, jesuítas. Com eles a rica história e mitos do Rio Grande vão sendo apresentados numa viagem de trem. Uma obra cheia de simbolismo, mas que não se processa de modo enfadonho ou complicado, nada que impossibilite a compreensão na sua íntegra. Claro! Já mencionei os detalhes que vão fugindo à primeira leitura, mas esse é um jogo que os mais apaixonados pela literatura gostam de participar. Não se é obrigado a jogá-lo. Não há prejuízo em não fazê-lo.
Um pouco de Simões Lopes Neto, outro tanto de Jorge Luiz Borges, assim é esta jóia rara de 331 páginas. Lembrando, a Editora é a L&PM.
Sobre o autor: Roberto Bittencourt Martins nasceu em Bagé, RS no ano de 1937. Desde os 19 anos mora no Rio de Janeiro; é médico e lançou Ibiamoré em 1981.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Jogo Mortal / Trama Diabólica - Josef L. Mankiewicz - 1972
É possível um filme de 138
minutos protagonizado por apenas 2 atores, tendo 99 % de suas cenas tomadas
numa única casa, a mansão de um dos personagens, prender a atenção até o seu
final ? Sim, é possível, desde que dele façam parte os seguintes ingredientes:
Basear-se numa peça de teatro de grande sucesso, no caso, de autoria de Anthony
Shaffer, ter direção de Josef L. Mankiewicz, responsável pelos sucessos A
Malvada de 1950 e Cleópatra de 1963, e principalmente pelos notáveis Laurence
Olivier e Michael Cane.
Achei apenas um inconveniente:
sua duração, pois os primeiros 40 minutos poderiam ser encurtados um pouco sem
prejuízo para o todo.
Vamos a história: Um escritor
de livros de mistério arquiteta jogos para enlouquecer o amante de sua mulher,
Milo Tindle (Caine);para isso, inicia fazendo uma proposta de forjarem um roubo
de jóias guardadas na própria casa e amealharem o valor do seguro, porém, no
fundo, trata-se de uma vingança planejada como se fosse script do seu próximo
livro. O duelo entre os personagens é o ponto alto da película. Ironia,
falsidade e sarcasmo ditam o ritmo de cada fala. A trama de Andrew
Wyke(Olivier) vai indo bem até que acontecimentos novos e inesperados surgem
como se fossem antigos integrantes daquela mansão onde cada peça do antiquário
parece ser meticulosamente postada.O final é surpreendente com uma boa dose de
justiça para ambos.
Sleuth, nome original, recebeu
4 indicações para o Oscar de 1972, música, direção e 2 para melhor ator, tanto
Olivier quanto Caine. Não levou nenhum, afinal, 1972 foi o ano de "O
Poderoso Chefão", portanto, nenhum demérito.
domingo, 20 de novembro de 2011
sábado, 19 de novembro de 2011
Mate- Me Por Favor - Larry "Legs" McNeil e Gillian McCain
Grande leitura. São dois
volumes, I com 307 páginas e II com 254, mas asseguro-lhes que se lê num ritmo
febril e entusiasmado, tanto para quem está familiarizado com este fenômeno
social, quanto àqueles que sequer ouviram algo a mais que o simples conceito de
Punk. É uma aula de sociologia patrocinada por música e atitude, um encontro
com todos os atores do movimento, principalmente pelos relatos de quem foi
protagonista direto ou viveu pelas bordas dos fatos. É um mergulho (expressão
batida), mas a mais apropriada para definir o que os autores realizaram; das
raízes que chamaram de proto-punk no lado oeste do Oceano Atlântico (EUA) até a
explosão mundial que irradiou-se a partir do lado leste deste mesmo oceano(Inglaterra).
Vão dos ícones Velvet Underground, MC5, Stooges, Patti Smith até os não menos
ícones da rebeldia Sex Pistols, The Clash, Siouxsie and The Banshees e afins,
todos estão lá, visceralmente revelados. As casas noturnas, as viagens
alucinadas, a vida nas ruas e nos lençóis (quando havia) das camas. A descrição
macro do movimento e também ínfimos detalhes, pequenas minúcias como por
exemplo, aquele em que Richard Hell, baixista do Television escreveu
"Please Kill Me" na sua camiseta e ao subir ao palco defrontou-se com
um fã que se prontificou a realizar o seu "desejo". Hell agradeceu,
mas nunca mais usou tal camiseta. Os autores do livro se inspiraram em tal
mensagem para escolher o título do livro. Legs McNeil também é responsável pelo
batismo, segundo consta na obra, foi ideia dele a palavra Punk. Há muito, muito
mais nas mais de 500 páginas dos dois volumes. Como o subtítulo aponta: Uma
história sem censura do Punk, acho que é isso mesmo! A Editora é a L&PM.
Passages - Ravi Shankar & Philip Glass - 1990
Como sugestão de um sábado maravilhoso aqui no Sul do Brasil, uma homenagem dos céus a nós, simples mortais, posto este álbum produzido em 1990 por dois gênios mundiais; um, mestre do minimalismo nascido em 1937, outro, o mais conhecido artista indiano pelo Ocidente nascido em 1920. São 6 faixas maravilhosas que abaixo relaciono:
01. Offering 9:43 - Composed by Ravi Shankar
02. Sadhanipa 8:37 - Composed by Philip Glass
03. Channels And Winds 8:00 - Composed by Philip Glass
04. Ragas In Minor Scale 7:37 - Composed by Philip Glass
06. Prashanti 13:42 - Composed by Ravi Shankar
Um pouco do álbum:
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Fúria Sanguinária - Direção Raoul Walsh - 1949
A exemplo de O Terceiro Homem, Fúria Sanguinária (White Heat),114 min, igualmente foi produzido em preto e branco no ano de 1949; é também, outro representante do cinema "noir" e está repleto de interpretações brilhantes, em especial, a de James Cagney encarnando o sociopata Cody Jarret, um assassino e ladrão de bancos que só respeita a mãe dominadora. Jarret possui uma esposa, Verna (Virginia Mayo) que oscila entre submeter-se ao bandido por temor ou juntar-se ao braço direito dele, Ed que ambiciona o primeiro posto do grupo.
Após cair na mão da polícia, Jarret se livra da provável condenação a cadeira elétrica por homicídio, porque confessa um crime menor supostamente cometido no momento dos assassinatos a ele imputados;desta forma, escapa e vai cumprir apenas, no máximo, 3 anos de cadeia. A polícia insatisfeita com esse desfecho, infiltra um agente na penitenciária, Fallon/ Pardo(Edmond O'Brien) para efetivamente pegar o facínora. Para adquirir definitivamente a confiança do meliante, o agente foge com ele da prisão e se junta ao bando que planeja uma ação espetacular. O final é eletrizante com a fantástica atuação de James Cagney, astro que acabou se notabilizando por ser até hoje considerado o maior gângster cinematográfico da história do cinema.
Dom Segundo Sombra - Ricardo Guiraldes
Li esta obra em 1998. Uma pérola de leitura. Uma texto com expressões características da região pampeana da América, mas que pode ser lido em qualquer parte do mundo. Guiraldes decifra e expõe a alma gaúcha, o ser solitário, silencioso com seus códigos de conduta, sem revelar o passado, um homem misterioso que magnetiza a atenção dos que cruzam o seu caminho. O personagem que dá título ao livro é uma fonte de ensinamentos, um guia confiável àqueles que se voltam para a inserção no meio social ou buscam uma visão do mundo, um mundo não apenas do meio rural.
Dom Segundo Sombra, o personagem me fez lembrar de Shane, o cavaleiro solitário do faroeste dirigido por George Stevens interpretado por Alan Ladd que recebeu o título em português de "Os Brutos Também Amam". Solitário e Honrado. Assim como veio, foi.
Tratando um pouco do autor: Ricardo Guiraldes nasceu em Buenos Aires em 1886, faleceu um ano depois do lançamento deste clássico em 1927 na França. Dividiu-se entre a fazenda do pai na Argentina e a vida efervescente das noites francesas.
O livro traz traços autobiográficos. Possui 264 páginas e a Editora é a L&PM.
O Terceiro Homem - Direção Carol Reed (1949)
Aqui temos o "noir" por excelência. Uma obra-prima onde é difícil apontar o que há de melhor neste clássico preto e branco de 104 minutos. São tantas as referências como a fotografia de Robert Krasker, Oscar daquele ano, a música belíssima e adequada de Anton Karas, o roteiro do escritor Graham Greene, a montagem de Oswald Hafferenrichter que mais tarde viria trabalhar no Brasil na extinta Vera Cruz, a direção do sempre genial Carol Reed ou ainda, desempenhos marcantes de Joseph Cotten, Alida Valli, Trevor Howard e logicamente, OrsonWelles.
Um pouco da história; fim da 2ª Guerra Mundial, um escritor norte-americano falido vai para Viena, uma cidade repartida em 4 partes pelos vencedores da guerra, convidado que foi por um amigo de longa data que está envolvido em um grande negócio. Ao chegar, depara-se com a morte deste que se metera em atividades criminosas. As circunstâncias do acidente que vitimou seu amigo lhe trazem desconfianças e ele, Holly Martins (Cotten) desiste de retornar para a América e começa a investigar os fatos. Envolve-se com a ex-amante do amigo, Anna (Alida Valli),uma clandestina, ao mesmo tempo que o chefe da polícia vienense ( Trevor Howard) passa a vigiá-lo cada vez mais de perto, colocando a sua vida e de Anna em permanente risco.O amigo supostamente falecido Harry Lime, papel de Orson Welles, tem uma participação menor que os demais personagens, mas de fundamental importância para o desenrolar deste suspense, especialmente na cenas finais, nos subterrâneos das ruas vienenses, evidenciando o clima "noir" em sua amplitude, ainda que este esteja presente em todo o filme. O Terceiro Homem tornou-se referência do seu gênero. Vale a pena vê-lo.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Paulinho Boca de Cantor - 1979
Nesta salada cultural que me propus a apresentar no blog, um dos primeiros álbuns que me veio à mente foi o primeiro solo do ex-Novos Baianos, Paulinho Boca de Cantor. Trata-se de um grande disco com a mesma cara do antigo grupo com o acréscimo de algumas feras da música brasileira como Gilberto Gil, Ari Barroso, Chico Buarque,Roberto & Erasmo, além da participação nos vocais de Zé Ramalho na faixa O Desafio do Século (Zé Ramalho-Paulinho-Galvão), além é claro, das raízes dos Novos Baianos,Galvão,Moraes, Baby & Cia .
Um trabalho simples, mas de muito bom gosto a começar pela arte do cartunista Angeli, onde na contra-capa aparece Paulinho com a camisa do Vasco cercado pelas coisas que curte, na maior descontração.
Como esse elepê é de difícil acesso, estou colocando um link para que mais pessoas possam desfrutar do talento e da criatividade de um dos maiores cantores do Brasil.
Faixas
1 – Que Bom Prato é Vatapá
2 – Nossa Trajetória
3 – Mambeando a Beira Mar
4 – A Lenda dos Sapos
5 – Veste a Calça, Calça o Sapato
6 – Jorge Maravilha
7 – Faixa de Cetim
8 – O Desafio do Século
9 – Terceira Força
10 – Eu sou um Pandeiro
11 – Leva o Vento
12 - Afoxés
domingo, 13 de novembro de 2011
Conspiração do Silêncio - Direção John Sturges - 1955
Bad Day at Black Rock no Brasil
recebeu o conveniente título de Conspiração do Silêncio; está selecionado no
livro "1001 Filmes para Ver antes de Morrer" e confesso que não o
conhecia. Após ler o destaque no livro fui atrás do filme e ... Grata Surpresa!
Uma jóia escondida pela passagem do tempo. Um exemplar de "noir" sem
ser "noir". Explico; tem todos os ingredientes como suspense, a
indispensável presença de uma loira, um personagem principal que funciona como
detetive, um crime impune. Faltaram a narrativa tradicional e exatamente as
cenas sombrias e noturnas que definem este gênero, pois a história se processa
em um único dia com cenas que lembram as clássicas imagens de faroeste.
O ano de 1945 aponta para o fim da Segunda
Grande Guerra e Black Rock, uma pequena cidade perdida no oeste
norte-americano, por trem recebe um passageiro após 4 anos. O desconhecido John
MaCreedy vivido por Spencer Tracy não possui um braço e é rejeitado do início
ao final da história. Há um segredo terrível que os moradores de Black Rock
lutam raivosamente para mantê-lo assim, oculto e o estranho vira uma ameaça à sua manutenção. Um suspense que vai sendo
desvelado aos poucos, aumentando a tensão até chegar ao clímax da revelação do
assassinato. Conspiração do Silêncio teve várias indicações para o Oscar
daquele ano, direção e de interpretações de elevado nível como os de Ernest
Borgnine, Lee Marvin e Robert Ryan. Anne Francis faz a loira que oscila entre
ajudar o recém-chegado ou se manter distante do drama.
sábado, 12 de novembro de 2011
Aqueles Cães Malditos de Arquelau
Em 1993 ou 94 assisti a uma palestra do professor José
Sebastião Witter, então diretor do Museu Ipiranga de São Paulo e me chamou a
atenção o seu entusiasmo com relação ao livro “Aqueles Cães Malditos de
Arquelau” do paulista Isaías Pessotti. Como sempre faço nessas ocasiões, anotei
cuidadosamente a dica e esta obra entrou na lista dos livros que leria.
Foi uma grata surpresa, pois jamais ouvira falar do autor
que mais tarde descobri tratar-se de um professor de psicologia da Universidade
de São Paulo(USP) e ser essa a sua primeira obra. Uma grande estréia, pois com
ela, Pessotti ganhou o renomado prêmio Jabuti de 1994 mais a eleição de“O Livro
do Ano” pela Câmara Brasileira do Livro.
A história me remeteu ao clássico “O Nome da Rosa” de
Umberto Ecco, pois há vários elementos semelhantes entre os dois como o
suspense de romance policial, a erudição do autor, intrincados enigmas e charadas, paixões
(quase) proibidas, também os personagens, neste caso vivendo na década de 60 na
Itália, são obrigados a investigarem personagens misteriosos e desaparecidos
como o Bispo Vermelho, mergulharem em outras épocas,especialmente, a Idade
Antiga,destacando a cultura grega, nela, sobressaindo-se a figura de Eurípedes.
Uma trama que prende o leitor até o final. Este, surpreendente, que desperta em
que lê o desejo de voltar a alguns trechos, revendo os passos, movidos
pela genialidade da construção do enredo.
“Aqueles Cães Malditos de Arquelau” de Isaías Pessotti,
Editora 34, continua sendo um dos melhores livros que li nos últimos anos.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Cleópatra - Uma Biografia de Stacy Schiff
Minha primeira sugestão de leitura no blog
não foi difícil de escolher. Havia muitos livros, mas optei por Cleópatra
- Uma Biografia de Stacy Schiff, Editora Zahar, 391 pg. Obra que
ganhei de um colega e amigo, André, ávido e seleto leitor.
Cleópatra VII por si só já é uma
personalidade/personagem fascinante,cuja vida foi muito exposta ao longo dos séculos, mas a
autora optou por resgatar a mulher que ficou escondida atrás do mito e revela a
estadista sofisticada e ardilosa que soube preservar o Egito em 22 anos de
governo numa época de avalanche romana. Nomes históricos como Ptolomeu,
Cícero,César, Marco Antônio e Otaviano passeiam pelas páginas, permitindo ao
leitor uma viagem gostosa dentro da Idade Antiga.
Cleópatra - Uma Biografia ganhará as telas
dos cinemas, cabendo a Angelina Jolie o privilégio de encarnar esta figura
mitológica da Humanidade. Sem dúvida, a melhor escolha na atualidade.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Jan Akkerman - Live In Concert The Hague - 2007
Estupendo guitarrista que fez parte do fantástico grupo de rock progressivo holandês chamado Focus, jóia rara revelada em 1969 ainda sem a presença de Akkerman que entraria na banda no ano seguinte, reformando o som dela.
Após uma carreira exitosa, o Focus se dissolveu e cada membro seguiu mostrando seu som de alta qualidade, destacando-se o líder, Thijs Van Leer e justamente, Jan Akkerman.
Desta fase solo, destaco este trabalho que é um show ao vivo disponibilizado em cd e dvd repleto de sensibilidade e arte.
Segue lista das músicas:
1. Answers Questions
2. Anonymous
3. Palace Of The King
4. Tranquilizer
5. In The Mood
6. Dance The Blues Away
7. Slowman
8. Hocus Pocus
9. Sylvia
10. Urban String
11. You Do Something To Me
3. Palace Of The King
4. Tranquilizer
5. In The Mood
6. Dance The Blues Away
7. Slowman
8. Hocus Pocus
9. Sylvia
10. Urban String
11. You Do Something To Me
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Música
Um dos álbuns menos conhecido do grupo britânico The Who é
Odds & Sods. Talvez por ser composto por sobras de estúdios ou por ser
criado justamente quando o quarteto estava envolvido com o cinema, criando a
obra-prima Tommy, ele ficou espremido entre os mega-sucessos da trilha sonora
do filme e as performances dos palcos, seguramente as mais empolgantes de sua
emblemática geração, ou seja, filhos dos
60/70. Com a passagem dos anos veio o reconhecimento; Odds &
Sods é uma autêntico modelo do mais puro rock’n’roll. O cd remasterizado recebeu um acréscimo de várias músicas
que dobraram o número de faixas
originais(onze) do long-play de 1973. Para quem não conhece o legado de Pete
Townshend,John Entwistle,Roger Daltrey e Keith Moon , este álbum dá um bela
amostragem do poder e grandeza da banda.É um som cru,primitivo mas que não
envelheceu.
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