domingo, 29 de junho de 2025

Cinema

Black 47 - Direção de Lance Daly 

Excelente filme que trata de um tema pesado e histórico da Irlanda, na verdade, são dois: a interminável briga com a Inglaterra e a fome que se instalou durante o Século XIX, onde a maioria dos irlandeses emigrou para a América e outros que sobreviveram graças à plantação da batata batizada equivocadamente de "inglesa".

Algumas resenhas críticas que li, após ver a película, utilizaram a expressão "faroeste irlandês" para classificá-lo. E eu concordo, pois há vários elementos que aparecem não apenas nos westerns norte-americanos, mas também nos chamados spaghetti-faroestes, os produzidos na Itália, geralmente com locações em Almeria, Espanha.

A história se situa em 1847, auge da crise de falta de alimentos, pois uma praga atingiu as plantações e os mais vulneráveis à morte se multiplicaram na população. É neste ambiente terrível que Feeney (James Frecheville), um irlandês que desertou do exército inglês, retorna e, mesmo com tudo que presenciou durante as guerras, se impressiona com o quadro atual de sua terra natal.

Seu irmão fora enforcado, sua cunhada Ellie (Sarah Greene) e seu sobrinho têm que desocupar a casa que será destruída. 

Feeney reage e é preso. Consegue se libertar e constata a devassa feita pelas autoridades e ricos da região, fato que levou à morte Ellie e o filho. 

A partir deste momento, ele inicia sua vingança contra os grandes proprietários de terras, seus colaboradores, além de enfrentar o exército inglês que quer capturá-lo por ser considerado um desertor. Aí, se destaca um ex-policial (Hugo Weaving), que cumpria prisão e se viu obrigado a aceitar a missão de acompanhar Pope (Freddie Fox), um ambicioso oficial que vê na prisão de Feeney a chance de promoção na carreira. Essa dupla encontra apoio num nativo, Conneely (Stephen Rea), que oscilará entre a captura e o fascínio que Feeney lhe transmite.

Para marcar as evidentes diferenças entre irlandeses e ingleses, os primeiros falam um dialeto regional, desafiando a ideia de uma Grã-Bretanha unida.

Um filme marcadamente violento, não apenas nos confrontos, mas no aspecto psicológico que permeia todo o decorrer da trama.

Produzido em 2018, possui 96 minutos.

Segue o trailer oficial:





terça-feira, 24 de junho de 2025

Cinema

The Silent Partner - Direção de Daryl Duke 

Uma boa surpresa esta obra canadense estrelada por Elliott Gould (Miles), Christopher Plummer (Reikle), Susannah York (Julie) e Céline Lomez (Elaine) e em um papel de início de carreira, John Candy (Simonsen).

A história começa com cenas no Banco de Toronto, localizado dentro de um shopping center na semana de Natal, quando Miles encontra um bilhete sobre um assalto ao seu local de trabalho.

 Conferindo a letra, ele vê que ela é idêntica à do cartaz usado por um dos Papais Noéis distribuídos nos diversos andares do prédio, assim, identifica o suposto ladrão.

Miles, então, resolve retirar uma quantia razoável de dinheiro para si no momento em que sentir que a ação do Papai Noel "ladrão" vai acontecer e ela ocorre. À princípio, para ele, tudo certo, porém, o assaltante ferido por um tiro do segurança, consegue escapar e, mais tarde, se recuperando, toma conhecimento pelo noticiário de que o valor do roubo fora de 50 mil dólares, no entanto, ele saiu com menos de 2 mil. A dedução se deu facilmente: Ele teve um "sócio" no assalto. 

Aí, a trama realmente se torna ótima com um assustador Reikle fazendo um jogo de gato e rato com Miles, o que aumenta a tensão e o fascínio para o espectador, porque o bancário se mostra um indivíduo astuto, que consegue dar sempre um passo à frente do ladrão, que tem antecedentes criminais bem pesados como estupro e morte.

Julie, que nada suspeita do envolvimento de Miles com o assalto, aos poucos, começa a ser recíproca no relacionamento amoroso, depois de várias "escanteadas" que deu nele, porque a mídia o "pintou" como um herói no episódio. Julie será peça importante no desfecho da película.

Destaca-se também a participação da belíssima cantora e atriz canadense, que faz a Elaine, uma personagem que entra misteriosamente na vida de Miles e o faz balançar no seu relacionamento com Julie.

Um ótimo filme que conta ainda com a trilha sonora assinada pelo "monstro" do Jazz, Oscar Peterson.

Produzido em 1978, possui 106 minutos. No Brasil recebeu o nome de O Sócio do Silêncio.

Segue o trailer:







sexta-feira, 20 de junho de 2025

Literatura

Dica de Leitura

Especulações Cinematográficas - Quentin Tarantino 

Quem é fã deste cineasta, não pode deixar de ler esta obra em que Tarantino relata a sua relação com o cinema desde os "tenros" anos em que namorados de sua mãe e amigos da família, em especial, o negro Floyd Ray Wilson, o levavam para ver as sessões duplas, mesmo que não tivesse idade recomendada para assistir determinados filmes.

Além destas narrativas que incluem obras da black exploitaton, exibidas quase que exclusivamente em bairros negros e outras de temáticas violentas com comentários muito próximos de serem chamados de autobiográficos, Quentin também analisa determinadas películas em vários detalhes.

 Esses detalhes são resultantes de entrevistas ou bate-papos com diretores, críticos de cinema, produtores e demais agentes que se envolveram na realização de clássicos vide Comentários. São treze filmes que, de uma forma ou outra, influenciaram fortemente a carreira do cineasta. Todos eles vistos por ele na infância ou adolescência num espaço compreendido entre 1968 e 1981. Vale lembrar que Quentin nasceu em março de 1963.

Em cada um destes 13 clássicos, Tarantino desfia com clareza as diversas influências ou inspirações que eles receberam, ou seja, o leitor acaba recebendo detalhes de clássicos que ajudaram na construção destes 13 filmes selecionados.

Para quem viu os filmes citados na primeira fase do livro, é possível entender melhor muitas das realizações do prodígio nascido no Tennessee.

Quentin, no capítulo final, dedica um texto generoso e reconhecido a Floyd Wilson, salientando a sua forte influência na construção de sua carreira.

Lançado em dezembro de 2023, ele possui 400 páginas e a editora é a Intrínseca.

Imperdível.


terça-feira, 17 de junho de 2025

Galeria

Galeria

Janelle Monáe nasceu Janelle Monáe Robinson no dia 1º de Dezembro de 1985 em Kansas City, Kansas, EUA. Cantora e Atriz, alguns de seus filmes são: Moonlight: Sob a luz do Luar (Moonlight-2016), Estrelas além do tempo (Hidden Figures-2016) e Harriet: O caminho para a Liberdade (Harriet-2019).

sábado, 14 de junho de 2025

Música

Mama Africa - Peter Tosh 

Peter Tosh, talvez seja o menos conhecido do grande público dos integrantes da Santíssima Trindade do Reggae (Bob Marley e Jimmy Cliff, os demais). No entanto, a sua importância é muito grande para a expansão do som originário da Jamaica, pois tinha voz e atitude que foram fundamentais na sua carreira solo.

O primeiro disco, um elepê, que comprei dele na carreira solo é também o de maior repercussão comercial. É de 1983 e traz um clássico de Chuck Berry, Johnny B. Good com uma "roupagem" completamente nova, que ficou excelente. É o sexto individual de Tosh.

Segue a obra na íntegra:



quarta-feira, 11 de junho de 2025

Música

Pet Sounds - The Beach Boys 


Hoje, aos 82 anos, morreu Brian Wilson, o líder genial do grupo The Beach Boys, que em nível nacional (aqui, me refiro aos EUA) rivalizou com The Beatles, inclusive com uma obra-prima comparada ao Sgt Pepper's da banda inglesa, chamada Pet Sounds, lançada em 1966, portanto, há quase 60 anos e bem próxima da data do lançamento do disco dos Fab Four.
Brian, atualmente, vivia dependente de uma doença que o atingiu de forma irreversível. Danos no cérebro, quase demência.
Fica a nossa homenagem com o seu momento criativo mais relevante da carreira:



terça-feira, 10 de junho de 2025

Cinema

Taxi Driver - Direção de Martin Scorsese 

Estou finalizando a leitura de Especulações Cinematográficas, de Quentin Tarantino, uma grande obra em que o cineasta apresenta os filmes e pessoas que influenciaram a sua formação. Há ali, alguns de gosto duvidoso, mas a medida que Tarantino passou da infância para a adolescência (ele é de 1963), grandes clássicos passaram a compor o elenco de inspiração e um deles é Taxi Driver, de 1976, com a direção de Martin Scorsese.

A história é basicamente, a vida de Travis Bickle (Robert De Niro), um ex-mariner, solitário, que no início da película, traz uma certa comiseração como motorista de táxi, que costuma pensar em voz alta (ou com sua narrativa, enquanto pensa). 

À medida que o tempo passa, ele ultrapassa essa solidão, aí aparece a figura de Betsy (a extremamente bela, Cybill Shepherd), moça que atua na campanha a pré-candidato a presidência da república do senador Charles Palantine (Leonard Harris). Iniciam um breve relacionamento, mas para qualquer um, a certeza de uma incompatibilidade de personalidades e ela escancara, quando Travis a convida para ir ao cinema, porém a sessão é de filmes pornográficos. Esta é a fase de alienação dele na visão de quem assiste. O romance morre na "casca".

Nas ruas, ao tomar conhecimento da forma agressiva de Sport (Harvey Keitel), um cafetão, que trata a safanões e ofensas a jovem Iris (Jodie Foster), uma prostituta de 12 anos, Travis oferece uma nova postura aos espectadores, o da revolta, o da indignação, que evolui para revelar a sua face mais terrível, a de psicopata, quando compra um arsenal de armas, passando a exercitar tiro, aprimorando a mira, neste momento, quem assiste tem a certeza de um desfecho violento e repleto de mortes e muito sangue. E ele acontece.

Produzido em 1976, possui 113 minutos. Um clássico eterno.

Segue o trailer: