Música

Confesiones de Invierno - Sui Generis

Este é o segundo álbum do Sui Generis, dupla formada por Carlos Alberto "Nito" Mestre e Carlos Alberto "Charly" Garcia. foi lançado em 1973 e se tornou um hino à liberdade, quando suas músicas eram entoadas pelos adolescentes, estudantes secundaristas, sequestrados, torturados e mortos pela ditadura militar argentina a  partir de 1976.

Nito e Charly seguiram caminhos distintos, mas a sua obra começou a ser imortalizada com a formação deste duo.

Segue show de 1973, justamente num colégio mais alguns clássicos:

Cinema

Garage Olimpo - Direção de Marco Bechis

Ainda sobre o mesmo tema das últimas postagens, esse Garage Olimpo mostra a trajetória de Maria (Antonella Costa), uma professora que tem posicionamento contrário ao que estava acontecendo na Argentina. Ela é sequestrada, torturada e o principal algoz, Felix (Carlos Echevarria); quando fora desse papel, exerce outro, tem uma "vida normal". Aí, mais um absurdo do ser humano (?), isto é, um monstro que consegue controlar seus instintos assassinos em boa parte do seu cotidiano.

Maria fica confinada no centro de Buenos Aires, justamente numa garagem, local das atrocidades.

No elenco, duas atrizes consagradas: Domenique Sanda (Diane) e Chiara Caselli (Ana).

Vale lembrar que o diretor Marco Bechis sofreu com a ditadura, esteve exilado e conhece bem este triste período da história da Argentina.

Produzido em 1999, possui 98 minutos.

Segue o trailer:

Cinema

A Noite dos Lápis - Direção de Héctor Olivera

Retomando o tema, o sequestro, tortura e desaparecimento da maioria dos estudantes, também virou filme, aliás, a película veio antes do livro. Produzido em 1986, entre os seus protagonistas jovens, aparece o nome do futuro astro Leonardo Sbaraglia no papel de Daniel. 

Os demais atores são: Vita Escardó (Cláudia), Alejos Garcia Pintos (Pablo), Adriana Salonia (Maria Clara), Pablo Novak (Horácio), Pablo Machado (Cláudio) e Pepe Monje (Panchito).

São 106 minutos.

Segue o filme:

Literatura

Dica de Leitura

A Noite dos Lápis - Maria Seoane e Héctor Ruiz Nuñez

Desconfio que de todas as ditaduras que atingiram os países americanos entre os anos 60 e 70, principalmente, a argentina tenha sido a mais feroz, sanguinária, mais desumana. São tantas histórias de crueldade que sempre nos surpreendem com uma "nova" revelação.

Esta que o livro mostra (existe o filme, também) é uma das mais terríveis. Trata-se do sequestro, tortura e desaparecimento de adolescentes secundaristas com idade entre 16 e 18 anos residentes em La Plata; ação ocorrida logo após o golpe que tirou Isabelita Perón do poder em 1976. Foram sete: Francisco López, Maria Cláudia Falcone, Claudio de Acha, Horacio Ungaro, Daniel Racero, Maria Clara Ciochinni e Pablo Diaz, este último, o único sobrevivente, verdadeira testemunha das atrocidades perpetradas pelos agentes do governo militar.

A publicação é da Editora Marco Zero, possui 177 páginas, lançado no ano 1988.

Triste, revoltante episódio, que não deve ser esquecido ou perdoado.

Galeria

Galeria

Robin Lamont nasceu no dia 05 de Junho de 1950, Boston, Massachusetts, EUA. Alguns de seus filmes são: Godspell, a Esperança (Godspell-1973), Ryan's Hope (Ryan's Hope-1975) e Noivas em Perigo (He knows you're alone-1980).

Música

Roadrunner - Hurriganes

Excelente banda finlandesa, na verdade, um power trio, formada nos anos 70. Conheço apenas três álbuns e pelo que li, tive sorte, porque são os melhores. 

Escolhi este de 1974 chamado Roadrunner.

Seguem faixas do disco:

Música

Deep Purple In Rock - Deep Purple

E lá se foi meio século do lançamento deste álbum que ficou mais conhecido como "In Rock". Foi o primeiro que conheci e por anos a fio, imaginava ser o de estreia. Ledo engano, mas justificável; era a primeira vez da formação mais conhecida: Gillan, Glover, Blackmore, Lord e Paice. Esta é a melhor, porém, ironicamente, o que eu mais gosto é a do Burn, que não tem Gillan e Glover, substituídos por Coverdale e Hughes.

Este In Rock é de 1970, obviamente.

Segue o clássico na íntegra:

Cinema

New York contra a Máfia - Direção de Sam Hobkinson

Excelente série que a Netflix está disponibilizando. Trata-se da varredura que Rudy Giuliani e o FBI fizeram nos anos 80 em Nova Iorque, quando por décadas, cinco famílias mafiosas tomaram conta da Big Apple, o que parecia ser definitivo.

O quinteto; Gambino, Colombo, Genovese, Bonanno e Lucchese, controlou sindicatos, rede de prostituição, jogos de azar e segmentos industriais como por exemplo, a construção civil, tornando um inferno a vida dos que ousavam não lhe obedecer. 

Os chefes máximos formaram "A Comissão", grupo que determinava o destino da cidade.

A reação das forças policiais e judiciais é mostrada em três episódios: A Lei da Máfia, Os Grampos nos Chefões e o Julgamento.

 São depoimentos de quem esteve envolvido diretamente, tanto agentes e procuradores, quanto integrantes do quadro da Mob.

Os episódios duram entre 44 e 60 minutos. Lançado em 2020.

Segue o trailer:

Cinema

It's a Free World - Direção de Ken Loach

Outro filme instigante do veterano diretor Ken Loach. Este é da mesma "linha" de Eu, Daniel Blake e do recentíssimo Você não estava Aqui.

A trama inicia com Angie (Klerston Wareing) trabalhando em recrutamento de imigrantes para a iniciativa privada na Inglaterra. Num momento de folga, ela sofre assédio da chefia, reage, pede demissão e decide que vai colocar uma empresa própria nesse mercado, sem esses "rolos", ou seja, falsas promessas e logros.

Para isso, além de buscar recursos e aventurar um período de clandestinidade da firma, recorre a sua amiga Rose (Juliet Ellis) para a sociedade.

São dias duros para a dupla, em especial, para Angie que tem que lidar com a incompreensão de seu pai que cuida do neto (filho dela, naturalmente).

Aos poucos, aquele universo vai lhe apresentando o funil que se torna o caminho para o sucesso, os riscos de lidar num mercado extremamente frágil para os pobres imigrantes, diante dos promiscuidade das relações sociais presentes na Europa, em especial, na Inglaterra.

O final é desolador, tal qual, as demais obras do diretor. 

Vale a reflexão.

Produzido em 2007, possui 93 minutos.

Segue o trailer:

Literatura

Dica de Leitura

Fim - Fernanda Torres

Imperdível essa leitura. Fiquei surpreso, quando descobri que Fernanda escrevia também e tão bem, igualmente, me surpreendi que este "Fim" seja o inicial da sua carreira literária. Um show.

É difícil ao ler, descolar a narrativa da voz e sotaque carioca da autora; parece que toma a gente para um bate-papo numa mesa de bar. A conversa/leitura flui prazerosa.

Trata-se da narrativa de cinco amigos, cinco homens, agora, começo da história, todos mortos. Álvaro, Sílvio, Ribeiro, Neto e Ciro; suas amizades, seus amores, suas tristezas, enfim, suas trajetórias, às vezes tristes, às vezes cômicas, quase sempre trágicas ou pelo menos, o fim de cada um.

A morte representa uma "solução" que cada personagem encontrou depois de tantas aventuras.  Ela é acidental ou induzida, o texto toma o leitor pela mão e conduz para essas conclusões.

Sinceramente, depois deste livro, a gente fica esperando pelo próximo. 

Está aí uma grande escritora brasileira; dá para descolar a figura da atriz fantástica e se deter na agora conhecida, "dama" das letras, também.

É da Companhia das Letras, lançado em 2013, possui 208 páginas.