Aqui vou tratar quase que exclusivamente de Música,Cinema e Literatura. Sugestões que serão pontuadas pela curiosidade, qualidade e algumas pela indisponibilidade na rede mundial.
Ontem, 28 de Janeiro, faleceu Tom Verlaine, guitarrista e líder do Television, um dos grupos consolidadores do movimento punk, inclusive, o primeiro a se apresentar na icônica CBGB's, local por onde passaram os, ainda anônimos, Patti Smith, Ramones, Police, Blondie e Talking Heads.
Sua grande obra-prima foi o álbum de estreia, Marquee Moon, obrigatória em toda discoteca de rock, que, aliás, já postei; vide: Marquee Moon, por coincidência, em 26 de Janeiro, data próxima do seu passamento, no caso, em 2018.
Fica a homenagem com o segundo disco, já sem a formação inicial com a saída de Richard Hell e o ingresso de Fred Smith, lançado em 1978.
Filme polonês do início da década de 90, ou seja, no período da derrocada dos regimes comunistas no Leste Europeu, por isso, sem ser uma obra-prima, Pigs ou Porcos nos títulos inglês e português, respectivamente, merece ser visto pelo tema que trata.
Franz Maurer (Boguslaw Linda) fazia parte da Polícia Secreta polonesa no antigo regime, um grupo de excelência que pouco ou nenhuma satisfação dava ao sistema, muito menos, à sociedade. Com as mudanças recentes, essa equipe passa para a polícia comum e, lógico, há uma transformação radical; é o fim de seus privilégios, ainda mais, quando ela é pega, queimando arquivos de ações anteriores, provas pesadas quanto à condutas irregulares de excessos da função.
Paralelamente, Franz mantém um romance com uma menor de idade, Angela (Agnieska Jaskólka), que aceitou com naturalidade, a exploração sexual gratuita que lhe era imposta, antes. A ela, tudo isso era normal. A personagem representa a decadência da mulher no regime comunista.
Os "pigs" em suas novas funções, acabam enveredando para o tráfico de drogas, situação que Maurer não concorda. Diante disso, ele vive com o espectro de seu passado e a desconfiança de seus colegas por não aderir ao recente "ofício". Está sob pressão permanente.
Elvis - último Trem para Memphis - Peter Guralnick
Uma grande obra que apresenta o "Rei do Rock" desde a origem da formação familiar, ou seja, traços biográficos de seus pais, antes do casamento, até a sua ida para a Alemanha, servindo ao exército norte-americano; isso isto é, dos anos 30 até o final da década de 50, pegando a fase mais importante de uma exitosa carreira.
O autor começa apresentando a pequena Tupelo, onde Elvis nasceu, todas as dificuldades da família, inclusive, a morte de seu irmão gêmeo no nascimento, as mudanças de emprego de Vernon Presley, as várias trocas de endereço, passando pela infância e adolescência discretas do futuro astro com destaque para a cidade que ele escolheu mais tarde, Memphis.
Também, a descoberta pela Sun Records, mas tarde, o encontro com o Coronel Parker, figura polêmica, presente até o final da vida de Presley.
O livro encerra com dois fatos marcantes na vida do astro: a morte de Gladys, sua mãe, pessoa mais importante para Elvis e o seu destacamento para a Europa, mais exatamente, Alemanha, no final de sua passagem pela farda.
A Editora é a Belas Artes, possui 640 páginas. Lançado em 1994. Por coincidência, finalizei a leitura no dia do aniversário do Rei: 08 de Janeiro.
Rosemary Dexter nasceu Rosemarie Dexter em Quetta, Paquistão, no dia 19 de Julho de 1944. Faleceu em Recanati, Itália, em 8 de Setembro de 2010. Alguns de seus filmes são: Casanova 70 (Casanova 70-1965), Sujos e Sem Lei (The Dirty Outlaws-1967) e As Sandálias do Pescador (The Shoes of the Fischerman-1968).
Jeff Beck se foi aos 78 anos nesta semana; o considero o maior guitarrista de todos os tempos do rock'n'roll. Em 1975, ele lançou essa pedrada musical, já sem o seu grupo, mas, como sempre, bem acompanhado de grandes músicos, incluindo Steve Wonder (não creditado em Thelonius) e o produtor dos Beatles, George Martin.
E faleceu este gênio do rock'n'roll. Acho que daqui para frente, teremos várias notícias como esta, porque esses ícones estão se aproximando dos 80 anos.
Para mim, Jeff Beck era o maior de todos os "guitar hero", inclusive acima de Hendrix e Keith Richards. Fica uma homenagem com a postagem de Truth, um clássico irrepreensível da banda dele que tinha Rod Stewart nos vocais, Ron Wood (atual Rolling Stones) no baixo, Beck na guitarra com Mick Waller na bateria. Participações especialíssimas de John Paul Jones (baixista do Led Zepellin) e Nick Hopkins nos teclados.
Hoje, o post é uma homenagem ao Spaghetti Western, um dos seus maiores clássicos, que recebeu o sub título de El Desperado. No Brasil, Sujos e sem Lei; um dos filmes inspiradores de Quentin Tarantino.
É a história de fora da lei Steve Belasco (Andrea Giordana) conhecido com El Desperado, que escapa de uma execução, na fuga, encontra um soldado confederado à beira da morte que lhe pede um último desejo: encontrar o pai cego, devolver o revólver que é dele, revelando também, que seu pai guarda uma boa quantidade de ouro. Após enterrar o militar, ele assume o seu lugar e vai até Overton, uma cidade fantasma, onde moram apenas o velho cego e uma jovem muito bela, Katy (Rosemary Dexter).
Mesmo estranhando um pouco, o pai o aceita e a menina que não o conhecia, passa a ter atração por "Bill", o pretenso filho do homem cego.
A cidade, de repente, começa a receber novos visitantes, dois soldados confederados e o bando de Asher (Franco Giornelli) e sua namorada, Lucy (Dana Ghia). Ao encontrarem Steve, Lucy, logo o reconhece, pois tiveram um relacionamento anterior e isso desmascara o pseudo soldado.
Pela cidade passa um destacamento de confederados encarregado de transportar ouro de pagamento do exército, o motivo desse encontro em Overton.
Logo, El Desperado se junta ao bando de Asher para roubar o carregamento. Num vacilo do bando, ele foge com o ouro; é perseguido, alcançado, torturado e, com certeza, será executado.
Lucy pede o privilégio de matá-lo, pois nota que Steve tem um caso com Katy. Atira, mas, sabe-se depois, que ela buscou atingi-lo apenas de forma superficial, sem que isso fosse notado por Asher e seu grupo, que o consideraram morto.
Começa aí, a caçada de Steve pelo ouro e igualmente, pela vingança, pois o velho cego foi morto covardemente por Asher.
Um grande faroeste com as clássicas imagens da região de Almeria na Espanha, cenário de vários filmes deste gênero.
Iugoslávia: a guerra do final do milênio - Bernard Feron
A sugestão de hoje é mais direcionada aos que gostam de geografia e história; a desintegração da antiga Iugoslávia (povos eslavos do sul) e sua luta fratricida quase permanente ao longo da existência dos Balcãs.
Feron, pesquisador francês, começa o livro dividido em 5 capítulos, por apresentar a história da região, inicialmente, o Século VI com a migração dos eslavos da atual Rússia para a região Balcânica, avança até chegar ao final da Segunda Grande Guerra.
Logo, o autor parte para o relato da unificação de vários "países" com a Iugoslávia sob o comando de Tito e a adoção ao comunismo.
No capítulo III, são analisadas as desigualdades econômicas, culturais com três religiões (cristão ortodoxo, islamismo e catolicismo) num regime ateu neste mosaico juntado à força.
No IV, Feron descreve a explosão dos nacionalismos com a odiosa "limpeza étnica" praticada em altas doses de violência.
No último capítulo estão as consequências da guerra, a desintegração da Iugoslávia dividida em seis países e o olhar do mundo e em especial, da Europa sobre essa nova geografia na região dos Balcãs, a ação assassina de Milosevic no Kosovo e a intervenção das forças da OTAN.
O livro originalmente foi lançado em 1993, mas recebeu atualização do jornalista Luiz Zini Pires, desta forma, indo até acontecimentos de 1999.
É da Editora L& PM, possui 177 páginas. Li em Julho de 1999.
Dizer que é um grande filme de Ken Loach é algo redundante. O diretor inglês nos brindou em 1990 com esta obra que é muito semelhante ao trabalho de Costa-Gavras em Desaparecido: um grande mistério, realizado em 1982, tendo como "pano de fundo" o desaparecimento de um jornalista norte-americano no Chile, durante a ditadura de Pinochet.
Neste, logo após os créditos tradicionais de início de um filme, vem a mensagem de Margareth Thatcher, primeira-ministra inglesa no sentido de sempre considerar na Grã-Bretanha, a Irlanda do Norte.
As próximas cenas mostram um homem, Harry (Maurice Roëves) entregando um pacote para Sullivan (Brad Dourif), um importante advogado norte-americano que luta pelos Direitos Civis. Era uma fita cassete cujo conteúdo ao longo da história se mostrará importante e com alto poder de destruição.
Sullivan é namorado de Ingrid (Frances McDormand), que está na mesma causa que busca entender e denunciar os crimes que o governo britânico pratica na questão separatista da Irlanda do Norte que envolve o Exército Republicano Irlandês (IRA).
Sullivan na busca de maiores informações é morto numa cilada, juntamente com Molly (Brian McCain), um militante dos separatistas. Os assassinatos foram praticados por agentes do governo inglês, mas com a versão de legítima defesa, ante a ação da dupla morta. Importante! a fita cassete desaparece.
O agente Kerrigan (Brian Cox), britânico, mais seu auxiliar, Maxwell (John Benfield), é designado para esclarecer as mortes. À medida em que avança com o apoio de Ingrid, fica a fragilidade da versão da polícia britânica, que através de seu chefe local, Brody (Jim Norton), demonstra haver pouco interesse em desvendar os crimes.
Avançando, Kerrigan começa a desvelar o novelo que vai subindo de "escala" na hierarquia do governo semelhante ao roteiro de outro filme de Costa-Gavras, o clássico Z, de 1969.
O final é previsível para quem não acredita nas instituições públicas e nos governos ditos democráticos. Cruelmente real.
Lizabeth Virginia Scott nasceu Emma Matzo, em Scranton, Pennsilvânia, EUA, no dia 29 de Setembro de 1922. Faleceu em Los Angeles, Califórnia, EUA, no dia 31 de Janeiro de 2015. Alguns de seus filmes são:O Tempo não apaga (The Strange Love of Martha Ivers-1946), Confissão (Dead Reckoning-1947) e A Filha da Pecadora (Desert Fury-1947).
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