domingo, 31 de janeiro de 2021

Música


Band of Gypsys - Jimi Hendrix 



Terminei de ler a biografia de Jimi Hendrix; muito boa. Ela mostra o fenômeno que foi a trajetória deste jovem nascido em Seattle, autodidata, que fez da guitarra a sua melhor parceria.

Destaco este álbum que foi o último dos quatro lançados com ele vivo. São apresentações ao vivo.

É de Junho de 1970, já com a nova banda, Billy Cox no baixo e Buddy Miles na bateria.

Seguem algumas faixas:





domingo, 24 de janeiro de 2021

Cinema


Histórias Mínimas - Direção de Carlos Sorín 


Ótimo filme argentino do mesmo diretor de O Cachorro, cuja temática é semelhante.

Neste, o cenário também é o do sul da Argentina, região pobre, Fitz Roy, próxima a fronteira com o Chile. Lá, as três histórias (mínimas) começam. São pessoas comuns que vão em busca de um objetivo, de um sonho. Todas tem que fazer um deslocamento para San Julián, um centro maior que fica há 300 quilômetros e exige uma longa viagem pelas rotas argentinas.

Maria Flores (Javiera Bravo) é avisada por sua amiga (Mariela Diaz) que ela foi sorteada para participar num programa de tevê que distribui prêmios. Segue, sempre levando nos braços, o seu bebê de colo.

Dom Justo (Antonio Benedicts) é um velho que fundou um armazém de secos e molhados na década de 50, mas que não administra mais; incumbência do filho e nora. Ele é informado que seu cão desaparecido há três anos foi visto numa construção, igualmente em San Julián. Parte sem seus familiares saberem, foge atrás do seu animal, fiel parceiro, cujo envolvimento, traz um segredo.

A terceira é a de Roberto (Javier Lombardo), vendedor, representante comercial que sonha conquistar uma cliente sua, uma jovem viúva. Para isso, mandou fazer e vai entregar um bolo de aniversário para o filho (a) dela que se chama Renê.

As histórias se entrecruzam e surgem vários personagens interessantes que, à sua maneira, vão interferindo no destino de Maria, Dom Justo e Roberto.

Um filme belíssimo, que surpreende pelo carisma dos personagens.

Produzido em 2002, possui 94 minutos.

Segue o trailer:




domingo, 17 de janeiro de 2021

Cinema


Uma Noite em Miami - Direção de Regina King 


Lançamento desta semana pela Amazon Prime, o esperado filme de estreia na direção da atriz Regina King, que parte da peça escrita por Kemp Powers, uma ficção ambientada em Miami, Florida no ano de 1964, quando o ainda chamado Cassius Clay (Eli Goree) se tornaria campeão do mundo batendo Sonny Liston.

Naquele final de noite, ele é convidado a passar no quarto do ativista muçulmano Malcom X (Kingsley Ben-Adir), juntamente com o astro de futebol americano e futuro ator de cinema Jim Brown (Aldis Hodge) e o consagrado cantor e compositor Sam Cooke (Leslie Odom Jr.)

Cooke e Brown ficam surpresos e de certa forma, decepcionados, porque não haverá uma comemoração regada a bebidas e mulheres, já que X e em breve, Clay, não compartilham dessa ideia por motivos religiosos.

Aos poucos, a pequena confraternização vai cedendo a situações angustiantes como a cobrança de participação mais ativa na causa negra que Malcom faz a Cooke. Este  se defende, mostrando que suas músicas são uma forma de busca de imposição de sua arte aos brancos.

Brown percebendo que terá que fazer uma opção entre o futebol, segmento em que é a figura de maior destaque no país e o cinema, sua mais nova descoberta, confidencia a Clay, que está inclinado a ir para Los Angeles viver como ator.

Malcom X pede que Clay se converta ao Islã, ao mesmo tempo em que informa seu novo projeto que indica o afastamento do grupo religioso atual e a formação de uma nova ordem, sem deixar de ser muçulmano.

Cassius Clay, embora demonstrando completa convicção em Malcom X, se insurge e reage violentamente às suas palavras, se sentindo usado; porém, passada a ira, Clay reflete e se torna Muhamad Ali, assumindo sua nova crença.

É um grande filme, porém, pela expectativa criada, ficou um pouco aquém do que eu imaginava. De qualquer forma, é forte candidato ao Oscar, em especial, porque revela tensões étnicas e sociais apresentadas pela visão negra, seja pela história, seja pela sua composição massiva no elenco e direção.

Lançado em 2021, possui 114 minutos. 

Segue o trailer oficial:




sábado, 16 de janeiro de 2021

Literatura

 

Dica de Leitura

O Último Dia da Inocência - Edney Silvestre


O autor, grande jornalista, também transita com muito talento pela literatura. Seus livros magníficos vão ganhando espaço importante na sua biografia.
Se o vencedor do prêmio Jabuti, Se Eu fechar os Olhos Agora, já virou clássico e filme, este O Último ...segue a trilha do anterior. Aliás, reforça o estilo qualificado na estrutura narrativa e na escolha das palavras. Um vocabulário rico, elucidador e educativo.
A história se passa num único dia, o fatídico 13 de Março de 1964, quando o Presidente João Goulart profere o famoso discurso das Reformas de Base, na capital do país, Rio de Janeiro. Ficção e realidade andando juntas na vida de um jornalista de pouca experiência que se vê envolvido num crime que não cometeu, mas que é o grande suspeito.
À medida que avança na descoberta dos fatos, desde a sua visita ao morgue e conhecer o defunto da gaveta 41, ele encontra personagens de dupla identidade, que além de confundi-lo no seu propósito, vão desvelando momentos de sua vida, em especial, de sua infância, mostrando o quão artificial ela era, cheia de acontecimentos nebulosos e versões diferentes do que ele imaginava ser sabedor. "Ele não era ele".
Uma trama excitante, sentimento que está "impregnado" em todas as páginas.
Um final surpreendente. 
A Editora é a  Record, possui 195 páginas,  lançado em 2019. O meu é da primeira edição.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Galeria


Galeria 

Karen Black nasceu Karen Blanche Black no dia 1º de Julho de 1939 em Park Ridge, Illinois, EUA. Faleceu no dia 08 de Agosto de 2013 em Santa Monica, California, EUA. Alguns de seus filmes são: Sem Destino (Easy Rider-1969), Cada um Vive como Quer (Five Easy Pieces-1970) e O Dia do Gafanhoto (The Day of the Locust-1975).

domingo, 10 de janeiro de 2021

Música


Coming Up For Air - The Surf Kings 



Esse trio californiano está na estrada há 25 anos. Sua "praia" é o surf music com raízes nos anos 60. São apenas três discos; esse é de 2004, seu segundo.

Seguem faixas do álbum:





sábado, 9 de janeiro de 2021

Música



New York - Lou Reed 



Talvez esse disco seja o meu preferido de um dos maiores símbolos musicais da Big City (junto com os Ramones).

Na contra capa, Lou deixa claro que é para ser apreciado como se o espectador estivesse no cinema, no teatro ou lendo um livro, pois são várias histórias do mundo nova-iorquino que ele conheceu como poucos.

Realmente, são histórias musicadas.

Lançado em Janeiro de 1989, é uma pérola na discografia de Lou Reed.

Segue o álbum na íntegra na versão ao vivo que foi o vídeo que encontrei na rede mundial:




domingo, 3 de janeiro de 2021

Cinema


Quincy - Direção de Rashida Jones e Alan Hicks 



O nome de Quincy Jones está ligado à música de forma eterna. Lidou com gênios como Lionel Hampton, Dinah Washington, Sarah Vaughan, Count Basie, Dizzie Gillespie, Miles Davis, Herbie Hancock, Frank Sinatra, Ray Charles, Marvin Gaye, Stevie Wonder, Henry Mancini, Paul McCartney e Michael Jackson, entre tantos. Também mostra a sua procura incessante pelo aprendizado o que o levou a Paris, onde estudou com Nadia Boulagner, mentora de Stravinskiy e Leonard Bernstein.

Foi indicado para 79 Grammys dos quais ganhou 27; produziu álbuns antológicos como Off the Wall, Thriller e o beneficente We are the World; atuou com Steve Spielberg na criação de A Cor Púrpura, levando à fama, Oprah Winfrey.

Transitou por várias causas sociais o que lhe possibilitou contatos com personalidades como Nelson Mandela, Rev. Desmond Tutu, Barack Obama, Bill Clintou, Papa João Paulo II.

Mas o documentário também inclui seus momentos mais árduos como as internações por aneurisma cerebral, diabetes e ataque cardíaco, além, das recordações marcantes de sua infância no sul de Chicago.

O filme é permeado pelo trabalho exaustivo e gratificante que Quincy executou na formação do Museu  da Cultura Afro Americana, por entender que o negro não tinha referências históricas de sua trajetória e importância para os Estados Unidos.

Hoje, ele está com 85 anos.

Produzido em 2018, possui 124 minutos.

Absolutamente imperdível.

Segue o trailer:



 


Cinema


O Diabo na Encruzilhada - Direção de Brian Oakes 

Grande documentário que a Netflix disponibilizou, tratando da curtíssima, mas fundamental vida de Robert Johnson, o homem que vendeu a alma ao Demônio em troca da genialidade de dominar o Blues como nenhum outro mortal.

São depoimentos fundamentais para a compreensão da difícil e angustiante trajetória do negro nascido no Mississipi em 1911; sua vida pessoal com característica errante, a busca pela técnica de tocar o violão, que resultou na inclusão de uma sétima corda no instrumento; igualmente, a inexplicável melhoria em pouco tempo (12 meses), passando de um músico medíocre para o de possuir domínio completo do manejo da guitarra e gaita, o que lhe valeu a lenda do pacto com o Diabo.

Dele, há apenas duas fotos e um único registro fonográfico com 29 faixas. Além disso, da lenda, a morte precoce aos 27 anos, provavelmente por envenenamento, estes fatos, só fizeram aumentar o interesse pela sua pessoa e, claro, pela música.

Se ela não fosse de qualidade, o tempo iria se encarregar de desmascarar a sua arte.

 Não foi o caso.

Produzido em 2019, possui 48 minutos. 

Segue o trailer:



sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Literatura

 Dica de Leitura

O Negro no Futebol Brasileiro - Mario Filho


Obra fundamental do jornalista Mario Rodrigues Filho, o Mario Filho que empresta seu nome ao estádio Maracanã.
Sua primeira edição é de 1947, mas em 1964, o jornalista que morreria dois anos depois, acrescentou dois capítulos, fazendo com que a história chegasse até a consagração internacional do Santos, Seleção Brasileira e, em especial, de Pelé.
Agora, ela está na quarta edição e confirma a sua importância como tratado sociológico, ficando ao lado de clássicos como os de Gilberto Freyre (Casagrande e Senzala), Caio Prado Jr. (Formação Econômica do Brasil), Sérgio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil) e Raymundo Faoro  (Os Donos do Poder) no topo das obras-primas brasileiras.
Imprescindível para entender a sociedade tupiniquim, destacando a condição do negro no futebol e, por consequência, boa parcela do universo da Nação.
Mario Filho enfocando o Rio de Janeiro e de "raspão", São Paulo, apresenta a inserção difícil dos negros nos grandes clubes cariocas, suas exceções "parciais", Vasco e Bangu, que tinham suas sedes fora da zona sul do Rio.
Além da situação coletiva, Mario Filho traz histórias individuais não apenas de ícones deste esporte com Friedenreich, Leônidas da Silva, Fausto, Domingos da Guia, mas de quase anônimos que patrocinaram eventos relevantes para a compreensão do período, casos de Robson (Fluminense), Manteiga (que "desertou para o Bahia) e Floriano, o Marechal da Vitória (América), além de dirigentes que tiveram influência na trajetória árdua dos negros, "para o bem" e "para o mal".
Depois dos primeiros anos das décadas de 20 e 30, a análise passa pela perseguição aos jogadores negros de 1950, pós fracasso do que se chamou Maracanazo; finaliza com o êxito brasileiro com a ascensão de Didi, Pelé e Garrincha e as conquistas externas, já com a consegração do negro no futebol.
Este espaço é muito pequeno para detalhar a narrativa maravilhosa do jornalista, irmão de Nelson Rodrigues.
O meu exemplar é da Editora Mauad X. Possui 343 páginas.
Imperdível. Leitura obrigatória.