sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Literatura

 Dica de Leitura

O Negro no Futebol Brasileiro - Mario Filho


Obra fundamental do jornalista Mario Rodrigues Filho, o Mario Filho que empresta seu nome ao estádio Maracanã.
Sua primeira edição é de 1947, mas em 1964, o jornalista que morreria dois anos depois, acrescentou dois capítulos, fazendo com que a história chegasse até a consagração internacional do Santos, Seleção Brasileira e, em especial, de Pelé.
Agora, ela está na quarta edição e confirma a sua importância como tratado sociológico, ficando ao lado de clássicos como os de Gilberto Freyre (Casagrande e Senzala), Caio Prado Jr. (Formação Econômica do Brasil), Sérgio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil) e Raymundo Faoro  (Os Donos do Poder) no topo das obras-primas brasileiras.
Imprescindível para entender a sociedade tupiniquim, destacando a condição do negro no futebol e, por consequência, boa parcela do universo da Nação.
Mario Filho enfocando o Rio de Janeiro e de "raspão", São Paulo, apresenta a inserção difícil dos negros nos grandes clubes cariocas, suas exceções "parciais", Vasco e Bangu, que tinham suas sedes fora da zona sul do Rio.
Além da situação coletiva, Mario Filho traz histórias individuais não apenas de ícones deste esporte com Friedenreich, Leônidas da Silva, Fausto, Domingos da Guia, mas de quase anônimos que patrocinaram eventos relevantes para a compreensão do período, casos de Robson (Fluminense), Manteiga (que "desertou para o Bahia) e Floriano, o Marechal da Vitória (América), além de dirigentes que tiveram influência na trajetória árdua dos negros, "para o bem" e "para o mal".
Depois dos primeiros anos das décadas de 20 e 30, a análise passa pela perseguição aos jogadores negros de 1950, pós fracasso do que se chamou Maracanazo; finaliza com o êxito brasileiro com a ascensão de Didi, Pelé e Garrincha e as conquistas externas, já com a consegração do negro no futebol.
Este espaço é muito pequeno para detalhar a narrativa maravilhosa do jornalista, irmão de Nelson Rodrigues.
O meu exemplar é da Editora Mauad X. Possui 343 páginas.
Imperdível. Leitura obrigatória.


Nenhum comentário:

Postar um comentário