domingo, 13 de dezembro de 2020

Literatura


Dica de Leitura

Gabriela Cravo e Canela - Jorge Amado 


Este ano, eu resolvi ler alguns clássicos que foram adiados ao longo dos anos. Fiz isso com Tubarão de Peter Benchley e agora chegou a vez deste de Jorge Amado.

E em ambos, ficou fácil perceber a falta de fidelidade das reproduções no cinema e televisão destas obras. Por isso, a leitura se tornou surpreendente, porque houve desenvolvimento em alguns casos, bem distintos entre as versões. Recomendo a leitura para quem assistiu na tela antes.

A trama de Gabriela se passa no ano de 1925, portanto na época do governo nacional "Café com Leite", primeira república, tendo como local a cidade de Ilhéus, interior da Bahia, zona cacaueira.

Já nas primeiras páginas, eventos característicos do contexto se apresentam, quando um dos coronéis mata a esposa e seu jovem amante, o dentista da cidade, "lavando a honra".

No mesmo instante, o árabe Nacib Saad, dono do bar Vesúvio, se vê às voltas com um problema "funcional"; a sua cozinheira se demite e ele, às vésperas, de um jantar importante, corre o risco de não poder cumprir com o acertado. No sufoco, ele negocia com duas solteironas que lhe cobram os olhos da cara, mas sabe que aquela situação era única. Nem elas trabalhariam para ele, nem ele teria condições de bancar os custos.

Nacib sai atrás de uma cozinheira. Lá pelas tantas, Gabriela, uma retirante, aceita a vaga, que o turco oferece sem muita convicção nas aptidões da moça.

Gabriela com seu jeito simples, se limites morais, autêntica, vai conquistando a todos e atiçando a cobiça dos homens ricos da cidade, mas ela aceita se casar com Nacib, com isso,  enquadrada em códigos de conduta, se verá cerceada na sua alegria e lógica de viver.

Além desses pequenos dramas, a cidade vai ser palco de uma disputa política entre o jovem exportador Mundinho Falcão e o coronel dos coronéis, Ramiro Bastos. Entre os opositores, orbitam personagens interessantes como Dr.Ezequiel e o Capitão e de outro lado, os coronéis Amâncio, Coriolano e Melk Tavares.

Em menor grau de importância, há ainda, Glória, a garota de Coriolano, professor Josué, que oscila entre o amor de Glória e Malvina, Tonico Bastos, o filho farrista e namorador de Ramiro, Gerusa, irmã de Tonico mais Fagundes, um negro que veio com Gabriela e agora trabalha para um dos coronéis.

Publicado em 1958, possui 358  páginas. O meu é da Editora Record.



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