segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Cinema


As Moças Daquela Hora - Direção de Paulo Porto


 Após o golpe militar de 64, o cinema e demais tipos de manifestação cultural, sofreram um processo de tentativa de extinção, de estrangulamento, que levou boa parte dos profissionais da área a procurar o exterior. Corria risco de vida, inclusive.

E como sobreviver artisticamente nestas condições? Os brasileiros, então, seguiram uma tendência mundial que apontava, sem esquecer dos gêneros tradicionais (inviáveis aqui) para uma gama de liberdade de exposição a nudez e cenas de sexo.

Mas aqui, uma adaptação nacional que se compunha da tríade: títulos dúbios e chamativos + erotismo + produções baratas. Ao contrário da Embrafilme, a Boca do Lixo, S.Paulo, sobrevivia sem o apoio do governo federal, ainda assim, na metade dos anos 70, a sua produção em números de filmes superou as da Embrafilme.

Essa união do pornográfico + a comédia (chanchada) possibilitou que muitos artistas de qualidade pudessem trabalhar e mais ainda, dentro da sua profissão.

Este que posto, As Moças daquela Hora traz um elenco maravilhoso, além de Paulo Porto, ator e diretor de carreira respeitável no cinema: Marco Nanini, Milton Carneiro, Carlos Eduardo Dolabella, Amândio, Ênio Santos, Lajar Muzuris, Gracindo Júnior, Lícia Magna e até a cantora Nara Leão, sem esquecer das belezas que puxavam a bilheteria, neste caso, as três atrizes, que estrelam cada um destes episódios da obra, Nídia de Paula (Mariana), Tina Luiza (Isaura) e Monique Lafond (Léa).

Produzido em 1974, possui 93 minutos e é um belo exemplar deste importante momento do cinema brasileiro, desprezado à época, mas que vem tendo o seu reconhecimento como elemento de sobrevivência e resistência aos duros anos de chumbo brasileiros.

Segue uma parte do filme:









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