Em 1993 ou 94 assisti a uma palestra do professor José
Sebastião Witter, então diretor do Museu Ipiranga de São Paulo e me chamou a
atenção o seu entusiasmo com relação ao livro “Aqueles Cães Malditos de
Arquelau” do paulista Isaías Pessotti. Como sempre faço nessas ocasiões, anotei
cuidadosamente a dica e esta obra entrou na lista dos livros que leria.
Foi uma grata surpresa, pois jamais ouvira falar do autor
que mais tarde descobri tratar-se de um professor de psicologia da Universidade
de São Paulo(USP) e ser essa a sua primeira obra. Uma grande estréia, pois com
ela, Pessotti ganhou o renomado prêmio Jabuti de 1994 mais a eleição de“O Livro
do Ano” pela Câmara Brasileira do Livro.
A história me remeteu ao clássico “O Nome da Rosa” de
Umberto Ecco, pois há vários elementos semelhantes entre os dois como o
suspense de romance policial, a erudição do autor, intrincados enigmas e charadas, paixões
(quase) proibidas, também os personagens, neste caso vivendo na década de 60 na
Itália, são obrigados a investigarem personagens misteriosos e desaparecidos
como o Bispo Vermelho, mergulharem em outras épocas,especialmente, a Idade
Antiga,destacando a cultura grega, nela, sobressaindo-se a figura de Eurípedes.
Uma trama que prende o leitor até o final. Este, surpreendente, que desperta em
que lê o desejo de voltar a alguns trechos, revendo os passos, movidos
pela genialidade da construção do enredo.
“Aqueles Cães Malditos de Arquelau” de Isaías Pessotti,
Editora 34, continua sendo um dos melhores livros que li nos últimos anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário