sábado, 29 de fevereiro de 2020

Literatura


Dica de Leitura


Camilo Mortágua - Josué Guimarães


Uma grande obra do gaúcho de São Jerônimo escrita em 1980, portanto, quatro anos após o monumental Tambores Silenciosos. Aliás, se Camilo Mortágua for lido depois de Tambores ..., pode dar a impressão de um livro bem menor. Um equívoco; na verdade, seria igual a condenar toda a bibliografia de Garcia Márquez depois de 1967, data de Cem Anos de Solidão.
Camilo Mortágua, o personagem principal, é o caçula de uma grande família que fez a fortuna como estancieiros da fronteira, Alegrete, mas há tempos, já residem na capital, mais exatamente, na Avenida Independência, local de grandes casarões, descuidando da origem que os deixou ricos.
O início da história mostra Camilo já septuagenário vivendo numa pensão no bairro da Azenha com moradores interessantes que vai da dona do estabelecimento, Dona Consuelo, que influencia também a vida de seus pensionistas, passando pela mulher gostosa e assanhada chamada Cilita, seu marido desaparecido, também, o consertador de rádios e tevês,  galeantador, naqueles dias negros da metade da década de sessenta, mais exatamente, a primeira semana de Abril de 1964, quando ocorreu o golpe militar.
Uma das diversões de Camilo é ir ao cinema (seria o Cine Castelo?), onde vai sempre ver Cleópatra, a película em cartaz. 
Ocorre que na tela, ele vê a sua família, seu vida desde a infância, toda a decadência e infelicidade conjugal, profissional e familiar, que vai assolando o destino de seus irmãos, seus pais e agregados e, principalmente, o seu. Um filme desolador para ele o que ele vê na telona.
É um enredo recheado de fracassos, de desagregações e perdas sociais e econômicas, condizente com aqueles dias de Abril de 64.
Uma das Editoras é a L&PM, o meu é do Círculo do Livro, possui 499 páginas. 

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