domingo, 5 de junho de 2022

Literatura


Dica de Leitura

Respiração Artificial - Ricardo Piglia 


Está aí uma obra que exige do leitor uma certa "rodagem". Piglia a escreveu dentro da ditadura militar argentina começada em 1976 com a deposição de Isabelita, mais exatamente, em 1980, portanto, quatro anos depois do golpe. Talvez por isso, quem sabe(?), a história se desenvolva com muitos "solavancos", pois remete a mais de um personagem com emergência dentro de cada fase; num primeiro momento, Emilio Renzi, alte ego do autor, troca correspondência com o tio, Marcelo, um professor que vive no interior da Argentina. Discorrem (as correspondências) preferencialmente sobre a vida de Enrique Ossorio, um ser político que possuía divergências com o ditador Rosas, isso no Século XIX, dando um painel deste período do país platino.

Mais adiante, uma guinada no texto; os protagonistas passam a ser o mesmo Renzi adicionado a Marconi, mas, acima deles, sobressai de forma inconteste, a literatura; esta, com citações de Kafka e Borges. Outro personagem aparece, Tardewiski, um polonês, que contribui com relatos da fuga da Europa, ante a ascensão do Nazismo, também episódios que costuram conversas de James Joyce, Kant e os citados anteriormente.

Lançado em 1980, a Editora é a Companhia de Bolso; possui 199 páginas.

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