Dica de Leitura
Filho de Homem - Augusto Roa Bastos
Desde Terra Vermelha, de Domingos Pellegrini Júnior, eu não tive a satisfação na leitura, que essa obra do maior escritor paraguaio, Augusto Roa, me proporcionou. É de uma grandeza impressionante.
Dividida em nove partes: Filho de Homem, Madeira e Carne, Eastçoes (é assim mesmo!), Êxodo, Lar, Festa, Destinados, Missão e Ex-Combatentes, Roa com essa separação, fragmentação, vai apresentando a história do seu país nos seus 30 primeiros anos do Século passado, vai do legado do ditador Gaspar de Francia até a Guerra do Chaco, que confrontou o Paraguai e Bolívia.
Personagens como Macario, filho de escravo liberto de Gaspar de Francia, Gaspar Mora, o escultor do Cristo de madeira que dá ares de milagreiro ao seu autor mais Casiano Jara, Natividad e o filho deles, Cristóbal, servem de fio condutor deste realismo fantástico que lembra as obras de Garcia Marquez, colombiano e Mário Vargas Llosa, peruano com o acréscimo de ter a característica específica de mesclar o espanhol com a língua guarani.
Também está presente a denúncia da pobreza de seu povo, outro elemento que aproxima Roa dos demais gigantes da literatura latino-americana.
Um clássico tão importante, quanto Eu, o Supremo, do próprio Roa.
Lançado em 1960, a Editora é a Losada (Portugal). Possui 310 páginas. A minha edição é de 1961, portuguesa, o que dá a leitura mais um componente peculiar, o texto luso.
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