Dica de Leitura
Mortalha não tem Bolso - Horace McCoy
Horace McCoy é um gigante da literatura mundial, porque possui um estilo único, cuja definição o Times Magazine foi muito feliz: "Horace McCoy atira palavras como se fossem balas". Pura verdade!
Conheci este autor pelo livro que herdei de meu pai, o monstruosamente denso "Mas não se matam Cavalos?" Numa edição traduzida por Érico Veríssimo. Agora, depois de ter lido o mais conhecido de seus livros, me deparei no Sebo do amigo Juarez com um exemplar em ótimo estado e, de pronto, saquei da estante. E foi um golaço!
McCoy, que viveu o período da Grande Depressão, circulando por vários empregos e subempregos, também participou da Primeira Grande Guerra durante um ano e meio. Daí, além de seu talento, vieram as ideias de seu texto magnífico.
Sobre O Mortalha..., a história se passa na pequena cidade de Colton, onde o jornalista Mike Dolan, cansado de tanta hipocrisia no seu meio profissional e na sociedade em geral, pede demissão, ainda que atolado em dívidas, e parte para a produção de uma revista, que batizou de Cosmopolite, que não terá amarras, rabo preso, podendo expor os podres dos moradores, prefeito, banqueiros, donos de jornais, policiais, políticos, profissionais liberais, no caso, médicos, etc...
Terá a companhia de Myra e Lawrence e, eventualmente, de algumas pessoas honestas, além de seus amores descompromissados, que bancarão as primeiras edições.
Lógico que Dolan passará por poucas e boas, que incluem assédios, surras, ameaças à sua vida, mas ele seguirá impávido atrás de seus sonhos, de seus objetivos.
Poucas vezes vi numa leitura a impressão de estar vivendo a trama, o desenrolar dos acontecimentos, como se fosse um personagem, torcendo pelo heroico paladino.
Lançado em 1937, o meu exemplar é da Sá Editora, possui 221 páginas.
Imperdível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário